segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Paralímpíadas ou paraolimpíadas



 "Mudança no nome foi feita em novembro do ano passado. A ideia foi uniformizar nome usado nos outros países de língua portuguesa.
Até sua última edição, em 2008, as Paralimpíadas, jogos esportivos envolvendo pessoas com algum tipo de deficiência, eram chamadas no Brasil de Paraolimpíadas. No entanto, em novembro do ano passado, durante o lançamento da logomarca dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio, o nome dos jogos perdeu a letra “o” e passou a ser chamado de Paralimpíadas a pedido do Comitê Paralímpico Internacional.
 A intenção foi igualar o nome ao uso de todos os outros países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, onde já se usava o termo Paralimpíadas. Além disso, a palavra "olimpíadas" é referente à outra organização esportiva, o Comitê Olímpico Internacional.
 A palavra vem do inglês "paralympic", que mistura o início do termo "paraplegic" e com o final de "olympics" para designar o atleta paralímpico."

(Fonte: G1.globo.com VESTIBULAR E EDUCAÇÃO in http://www.facebook.com/aprendendoportugues)


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Um poema de João Cabral





QUESTÃO DE PONTUAÇÃO

João Cabral de Melo Neto

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);

viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):

o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.

Sinais de pontuação



Como surgiram os principais sinais de pontuação?

Surgiram no início do Império Bizantino (330 a 1453). Mas sua função era diferente das atuais. O que hoje é o ponto final servia para separar uma palavra da outra. Os espaços brancos entre palavras só apareceram no século VII, na Europa. Foi quando o ponto passou a finalizar a frase. O ponto de interrogação é uma invenção italiana, do século XIV. O de exclamação surgiu no século XIV. Os gráficos italianos também inventaram a vírgula e o ponto-e-vírgula no século XV (este último era usado pelos antigos gregos, muito antes disso, como sinal de interrogação). Os dois pontos surgiram no século XVI. O mais tardio foi a aspa, que surgiu no século XVII.


(Revista Superinteressante, junho 2007)







A importância da pontuação


Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim: 
"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres." 
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: 
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres. 


Moral da estória: Assim é a vida. Pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é quem colocamos os pontos e sendo justos ou não com quem compartilhamos, isso faz uma grande diferença.

Memórias literárias - texto vencedor da etapa escolar da OLP


O texto da Polyana Caçador, do 7º ano B venceu a etapa escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa. Vale a pena conferir. 
Parabéns, Polyana!

Do passado ao presente

Querendo saber mais do passado de onde moro, fiz uma simples entrevista com Dona Adelgisa que ficou contente e emocionada pelo fato de uma jovem estar interessada no seu passado, que na maioria das vezes incluía a cidade.
“Há décadas atrás vivíamos tranquilamente, a maior parte do povo morava no meio rural, incluindo minha família. Lembro-me bem dos fazendeiros influentes, dominavam a política; todos eram muito religiosos. Havia o Monsenhor Trajano, padre da igreja católica, ele tinha fama de ser severo, mas conduzia a igreja muito bem.
As moças da época, incluindo a mim, tinham uma maneira de vestir diferente de hoje em dia, era elegante e social, vestidos ou saias abaixo dos joelhos, todos rendados e bordados, uma graça! Os mocinhos sempre usavam calças tipo ‘pescador’ e camisas de algodão.
O que me lembro bem e sinto falta são das festas; e como lembro... O carnaval maravilhoso, os bailes nos clubes que disputavam entre si qual seria melhor, o Trombeteiros sempre ganhava. Quando carros alegóricos e foliões desfilavam, só víamos serpentinas e confetes. Era muito bom, uma maravilha! Tinha o bloco do Boi e o bloco do Dico (hoje a escola Caxangá); tinham também as festas juninas, eu sempre ia na do Mangueira, era a melhor! Todos dançando e festejando na maior alegria.
Eu amava a ferrovia, cuja estação era na atual Rodoviária, sempre com um intenso movimento causado pelo trem. E os grupos primários - como eram chamadas as escolas - promoviam gincanas, com brincadeiras e disputas, era tão bom... Eu sempre participava.  As comidas vinham da agricultura familiar da região, uma delícia.
Quando era menor sempre fui sabichona e tive curiosidades, amava perguntar sobre São João, uma das minhas histórias favoritas e que mais lembro é a do surgimento da própria, segundo meus familiares, tudo começou com um acordo entre dois grandes fazendeiros que demarcaram um lugar para construir uma igreja, a Matriz e assim a cidade foi crescendo ao entorno dela.
Lembro também dos trabalhadores de São João. Tinha a fábrica de tecidos Sarmento, fábrica de calçados Dragão, Silder, fábrica de Ferraduras e Vassouras, foram elas que trouxeram pessoas pra São João, oferecendo empregos; hoje, muitas delas fecharam e trabalhadores desapareceram.”
O que percebi é que mudanças aconteceram e o modo como evoluímos foi drástico e rápido. Logo no final agradeci Dona Adelgisa pelas informações que trouxeram grandes momentos e emoções do passado para o presente.

Entrevistada: Adelgisa Marli Ferreira, 54 anos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Crônica vencedora da etapa escolar da OLP


Esta crônica é do aluno Iuri Cruz, do 9º ano C. Ela venceu a etapa escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa 2012.

Parabéns, Iuri!!!!





Chegadas e partidas


Era calmo naquela noite o movimento da Praça Barão do Rio Branco que fica próxima à rodoviária. O silêncio predominava, pois, à noite, o frio e a rua não são uma boa combinação nessa época do ano no lugar onde moro. Por isso a maioria das pessoas estava em casa. Fico a observar a rua em frente à praça, quando meu olhar se esbarra na rodoviária e percebo várias pessoas sentadas, que esperam por familiares que não viam já fazia tempo.

Fico observando-as por alguns segundos quando de repente, um barulho de motor se destaca em meio ao silêncio e vai chegando mais perto. Era um ônibus, que com ele trazia pessoas de um lugar distante onde a saudade e a tristeza predominavam. A cada metro andado pelo ônibus mais fortes eram as batidas dos corações de quem o esperava ansiosamente. De repente, o ônibus quase chegando ao seu tão esperado destino, começa a virar uma curva que precedia o encontro, que para quem ali aguardava por quem ama e não via há muito tempo era um obstáculo muito grande. Cada segundo que se passava era uma eternidade para quem esperava.

Quando o ônibus pára, olho pro banco da rodoviária e observo cada olhar, cada expressão de quem esperava ali sentado no banco e dos que já se levantaram, pois não conseguiram conter a felicidade ao ver que quem esperava há tanto tempo já estava pra chegar. A porta do ônibus se abre. Mais fortes ainda são as batidas dos corações. A primeira pessoa desce - um garoto de aproximadamente dezessete anos. Ele olha pra um lado e para o outro e acha quem já procurava fazia tempo e não conseguia encontrar, pois a distância o impedia. A cena mais provável e bonita acontece. Uma corrida, um abraço e um choro. Como deve ser bom reencontrar a sua mãe depois de meses sem vê-la.

Não consegui entender muito bem o que a mãe e o garoto conversavam, pois as falas foram abafadas pelo forte abraço de quem a saudade quase matou. Mais pessoas desceram do ônibus e todas receberam abraços calorosos, beijos, boas notícias e mais abraços de seus familiares, os namorados de suas namoradas e vice-versa. 
A humilde e pequena conclusão que cheguei depois de presenciar tais cenas foi de que em todas as rodoviárias, não só a de minha cidade mais em todas do mundo haverá pessoas como essas que esperam que a pessoa que ama volte e a pessoa que foi também sonha em voltar.