Aí estão as melhores crônicas produzidas pelos alunos dos 9os anos na etapa escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa da E. M. Dr. Augusto Glória, começando com a vencedora:
Brincadeira de criança
O lugar onde vivo se chama São João Nepomuceno, no interior de Minas Gerais... Sim, Minas Gerais que é mundialmente conhecida pelo nosso maravilhoso pão de queijo. É uma cidadezinha pequena, mas acolhedora e que pouco a pouco está passando por transformações. Em todos os lugares que olhamos podemos ver canteiros de obras.
Andando pela rua no fim do dia, vi algumas crianças correndo e não eram poucas não, eram muitas, para cima de dez. Fiquei curiosa, então parei e fiquei observando-as. Estavam tão felizes com um brilho diferente nos olhos. Foi então que ouvi uma das crianças gritarem: “queimei!!!”, só aí pude saber do que elas estavam brincando.
Por um pequeno momento lembrei da minha infância, de como eu adorava brincar de bola na rua. Estas crianças são capazes de se contentarem e de ficarem felizes com tão pouco!
A cada minuto que se passava o jogo ia ficando mais apreensivo para elas, estavam loucas para saber quem seria o grande ganhador da brincadeira. Estava me segurando para não entrar e começar a brincar com elas, porém não quis interrompê-las.
Finalmente o jogo acabou. Era uma menina loirinha baixinha quem havia ganhado o jogo, sua felicidade era contagiante, parecia que havia ganhado milhões na loteria. Rapidamente trataram de inventar outra brincadeira, muito divertida por sinal. Mas não pude ficar para ver as crianças mais uma vez.
Segui caminhando até a minha casa pensando em apenas uma coisa, em como esses antigos costumes estão ficando para traz com o passar do tempo. Antigamente as pessoas sentavam na porta de casa e ficavam conversando com o vizinho para jogar conversa fora. Tinham o tradicional almoço de domingo. Essas coisas simples e boas da vida estão sendo esquecidas pela população. Deve ser por causa dessa tal tecnologia, cada vez mais avançada, que faz com que as crianças esqueçam o verdadeiro sentido de ser criança.
Marcelly Oliveira Pinton 9ºC
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A mudança dos tempos
Pouca
idade tenho para conhecer muito da vida, mas sei que minha cidade mudou. Vejo
hoje cenas que antigamente eram muito raras, os mais velhos diziam ser
tranquilo e sossegado este lugar.
Infelizmente,
hoje em dia não é mais assim.
Por ser
cidade tão pequena devia ter tanta violência? Jovens se drogando e roubando.
Cadê a cidade onde se podia deixar a casa aberta ao sair e quando voltava
estava como deixou? Onde estão as crianças brincando na praça ou andando de
bicicleta na rua? Estão em casa no videogame, no computador e no celular.
A cidade
continua pequena mais com violência de cidade grande. A cidade que era
tranquila hoje mudou se modernizou e perdeu antigos valores.
Beatriz da Rocha Rizzo 9º A
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Ao
meu entorno
Ao meu entorno, vejo pessoas acordando cedo todos os dias
para garantir o futuro dos filhos, o pão de cada dia. Vejo crianças perdendo um
pouco daqueles velhos costumes das brincadeiras de rua, os piques pelas
calçadas, e as peladas até a virada da noite. Sinto falta de dizer que conheço
e confio em todos do lugar onde vivo.
Sinto medo de dormir com as janelas abertas e as portas
destrancadas e que levem de mim até mesmo as lembranças de modo totalmente
agressivo. Fico feliz ao saber que algumas coisas ainda se mantêm intactas,
como as pracinhas que hoje são pontos não apenas turísticos, mas também de encontro
entre amores, com pessoas que se sentem bem em estarem ali.
Ainda assim me preocupo com que olhares as crianças de hoje
olharão para a cidade como adultos amanhã, eu tenho medo de que não haja um
amanhã por aqui.
GEISA 9ºC
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Cidade Garbosa?!
Pensando sobre o que eu falaria na minha crônica à respeito do lugar onde vivo,
eu tinha vários assuntos em mente, porém apenas um dentre eles me interessou,
que é o assunto “não posso cobrar nada além do que me foi prescrito“. Mas
o que essa frase teria de compatibilidade com o lugar onde eu vivo?
Bom, outro dia eu
estava andando na rua com o meu primo - estávamos conversando - quando sem nem
termos tempo de esboçar alguma reação, fomos surpreendidos por um
“marginalzinho” que roubou o boné do meu primo e saiu caminhando normalmente
como se nada houvesse ocorrido naquele instante.
Esse tipo de fato tem se tornado quase que cotidiano, e é nesse ponto que eu
desejava chegar. Nós moradores, não é de agora, estamos notando claramente que
a criminalidade e a violência da nossa cidade estão aumentando drasticamente,
porém o que devemos fazer para acabar, ou pelo menos amenizar essa situação?
Não é possível mudar o
passado, mas se nós quisermos, podemos mudar o futuro da nossa cidade, mas
temos que começar agora! Porque se não fizermos hoje, não poderemos cobrar no
amanhã nada além do que nós “escrevemos” na história da nossa cidade! A nossa
situação ainda não é alarmante, mas temos que nos lembrar que só se colhe o que
se planta! Não se nasce uma vespa de uma abelha e nem uma abelha de uma vespa!
Ezequiel 9º A
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Embaixo
do asfalto
Sentada em frente ao computador. Word
em branco, tendo que produzir um texto com o tema, “O lugar onde vivo” e nada
me vem à mente. Este deveria ser o assunto mais fácil de escrever não deveria?
Afinal, toda a minha vida foi passada aqui. Mas mesmo assim, nada. “O lugar
onde vivo, o lugar onde vivo..”. Foi pensando assim que me lembrei da melhor
época da minha vida, minha infância.
Cidadezinha do interior, um bairro
lotado de crianças com no máximo oito anos, uma rua com pouco movimento e um
verão deslumbrante. Os pais do lado de fora, sentados em cadeiras brancas de
plástico, conversando com os das casas mais próximas.
Bem, eu me encaixo no grupo das
crianças, as que tinham muita vergonha de conversar e falar besteira, que
sempre se preocupavam com o que os pais falariam na hora que se chegava em casa - se reclamariam de toda
aquela bagunça-, mas na hora do “vamos ver” na queimada era uma capetinha e
esquecia toda a vergonha e o resto.
“Eu pego o tijolo daquela construção
para marcar o chão!” “Eu faço a bola de meia.” Eu bato time com a Rafaela, par ou ímpar
Rafa?” “Daqui cinco minutos aqui hein gente, que quem ganhar não paga mico!”
Era uma confusão danada, gente correndo em casa, marcando o chão, todo mundo
ouvindo o falatório dos pais que, quando escurecesse, era pra entrar.
Depois a disputa. Ah como éramos
competitivos. Sete anos de puro entendimento do adversário. Das olhadas
cúmplices até números para identificar as jogadas do time oposto e falar para
os parceiros. “Queimei!!!!!” “Cabelo não
vale não queridinha! Você é cega?” Falas com toda generosidade e amor ao
próximo, afinal, se perdêssemos, seria uma longa noite de remorso e tentativas
de criar novas estratégias para, no outro dia, com certeza ganhar.
As férias de final de ano eram
perfeitas, já que não tínhamos hora de acordar e ficávamos até 20:00h na rua!
Sim, 20:00h, para você perceber como éramos avançados para a nossa idade! Gostávamos de jogar descalços para nossa cena
de combate árduo e de muito sacrifício ser mais real, pelo menos para nós.
Gostávamos de ficar com a camisa suada, grudada no corpo, pois quando contássemos
a grande vitória, minuciosamente para os pais, tínhamos provas do “sofrimento”.
Me emociono ao lembrar disso, porque
não havia nada mais gostoso e real do que a amizade que tínhamos. Éramos irmãos
e irmãs de combate, na vitória ou na derrota, todos unidos, sempre prontos para
mais uma rodada. É difícil fazer as coisas permanecerem iguais por 8 anos, pois
cada um tomou seu rumo por aí, mas quando nos encontramos sempre acontece a
mesma coisa: os olhos brilham, a boca mostra um contido risinho, e a mão se
abana em um pequeno tchau, que tem uma enorme técnica de arremessar uma bola
simples feita de meia.
Este é o lugar onde vivo, que, agora
esconde embaixo do asfalto e das casas de vários andares infâncias sujas de
terra, com muito amor e vontade de jogar só mais uma queimadinha, sabe, pra não
perder a prática.
Antônia Gotti Cestaro 9º C
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Pequena e pacata
cidade
Ponto
de encontro para uns, palco de festas e comemorações para outros, para todos
fonte de lazer. Domingo à tarde, super lotada de crianças que correm de um lado
para o outro dando altas gargalhadas ensurdecedoras, concluindo o objetivo de
se divertir, enquanto seus pais, também avós, resenham sobre algo, a novela
talvez.
Sem
deixar de falar das pipocas, quentinhas e branquinhas, ah aquele pipoqueiro...Tão
idoso quanto experiente!
Ponto
turístico da minha pacata cidadezinha, que caracteriza tão bem o lugar onde
vivo, um dos poucos pontos positivos, que não deixam que os acontecimentos
recentes tão deprimentes apaguem o brilho da minha cidade.
E
talvez seja essa a razão da existência das praças, mostrar que, como no sorriso
de uma criança, sempre deve haver uma gota de esperança.
Adrielli Dias- 9ºC
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Pequeno grande lugar
Aqui na minha
cidadezinha, no interior da Zona da Mata Mineira, não tem shopping, cinema, metrô,
hotel cinco estrelas... Aqui tem escola de qualidade, amigos, lanches
deliciosos, e para mim, o melhor de tudo: meu sítio. Sítio esse com pés de
frutas, porcos, cavalos, uma casinha humilde, formigas, besouros, grilos, bom,
mas isso não vem ao caso.
Nesse meu pedacinho de
chão, há de tudo um pouco - menos a alegria, que essa tem bastante! É no
campinho de terra batida com traves de madeira, e nas pipas feitas de bambu e
sacolinha plástica que está a presença confirmada de meus primos. A diversão é
garantida!
E por falar em diversão,
não me sai da memória meu primeiro aniversário que lá foi realizado. Uma
festinha simples, mas com as melhores pessoas que alguém poderia ter. Mas o
melhor de tudo, era poder ver naquela inigualável imensidão verde onde os
pássaros deixavam seu colorido, o sorriso estampado no rosto de cada um que ali
se encontrava.
A "festinha
simples" acabou virando um festão. Chamei muitas amigas - que por sinal
vieram em massa. Brincamos muito. Brigamos? Talvez na hora de escolher os times
para a queimada, mas tudo foi incrível, e aposto que elas também amaram sair da
rotina.
O único ruim é que havia
chegado a hora de cantar os parabéns, e logo todas iriam embora, levando
consigo minha felicidade, mas rapidamente fiquei empolgada: Ano que vem tem
mais!
Pois é, como podem notar,
no lugar onde vivo, tem tudo do bom e do melhor, só depende de nós enxergar o
que cada coisa, por mais que pequena, tem de grandeza escondida.
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