Esta crônica é do aluno Iuri Cruz, do 9º ano C. Ela venceu a etapa escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa 2012.
Chegadas e partidas
Era
calmo naquela noite o movimento da Praça Barão do Rio Branco que fica próxima à
rodoviária. O silêncio predominava, pois, à noite, o frio e a rua não são uma
boa combinação nessa época do ano no lugar onde moro. Por isso a maioria das
pessoas estava em casa.
Fico a observar a rua em frente à praça, quando meu olhar se
esbarra na rodoviária e percebo várias pessoas sentadas, que esperam por
familiares que não viam já fazia tempo.
Fico
observando-as por alguns segundos quando de repente, um barulho de motor se
destaca em meio ao silêncio e vai chegando mais perto. Era um ônibus, que com
ele trazia pessoas de um lugar distante onde a saudade e a tristeza
predominavam. A cada metro andado pelo ônibus mais fortes eram as batidas dos
corações de quem o esperava ansiosamente. De repente, o ônibus quase chegando
ao seu tão esperado destino, começa a virar uma curva que precedia o encontro,
que para quem ali aguardava por quem ama e não via há muito tempo era um
obstáculo muito grande. Cada segundo que se passava era uma eternidade para
quem esperava.
Quando
o ônibus pára, olho pro banco da rodoviária e observo cada olhar, cada
expressão de quem esperava ali sentado no banco e dos que já se levantaram,
pois não conseguiram conter a felicidade ao ver que quem esperava há tanto
tempo já estava pra chegar. A porta do ônibus se abre. Mais fortes ainda são as
batidas dos corações. A primeira pessoa desce - um garoto de aproximadamente
dezessete anos. Ele olha pra um lado e para o outro e acha quem já procurava
fazia tempo e não conseguia encontrar, pois a distância o impedia. A cena mais
provável e bonita acontece. Uma corrida, um abraço e um choro. Como deve ser
bom reencontrar a sua mãe depois de meses sem vê-la.
Não
consegui entender muito bem o que a mãe e o garoto conversavam, pois as falas
foram abafadas pelo forte abraço de quem a saudade quase matou. Mais pessoas
desceram do ônibus e todas receberam abraços calorosos, beijos, boas notícias e
mais abraços de seus familiares, os namorados de suas namoradas e vice-versa.
A
humilde e pequena conclusão que cheguei depois de presenciar tais cenas foi de
que em todas as rodoviárias, não só a de minha cidade mais em todas do mundo
haverá pessoas como essas que esperam que a pessoa que ama volte e a pessoa que
foi também sonha em voltar.
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