O texto da Polyana Caçador, do 7º ano B venceu a etapa escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa. Vale a pena conferir.
Parabéns, Polyana!
Do passado ao presente
Querendo saber
mais do passado de onde moro, fiz uma simples entrevista com Dona Adelgisa que
ficou contente e emocionada pelo fato de uma jovem estar interessada no seu
passado, que na maioria das vezes incluía a cidade.
“Há décadas
atrás vivíamos tranquilamente, a maior parte do povo morava no meio rural,
incluindo minha família. Lembro-me bem dos fazendeiros influentes, dominavam a
política; todos eram muito religiosos. Havia o Monsenhor Trajano, padre da
igreja católica, ele tinha fama de ser severo, mas conduzia a igreja muito bem.
As moças da
época, incluindo a mim, tinham uma maneira de vestir diferente de hoje em dia,
era elegante e social, vestidos ou saias abaixo dos joelhos, todos rendados e
bordados, uma graça! Os mocinhos sempre usavam calças tipo ‘pescador’ e camisas
de algodão.
O que me
lembro bem e sinto falta são das festas; e como lembro... O carnaval
maravilhoso, os bailes nos clubes que disputavam entre si qual seria melhor, o
Trombeteiros sempre ganhava. Quando carros alegóricos e foliões desfilavam, só
víamos serpentinas e confetes. Era muito bom, uma maravilha! Tinha o bloco do
Boi e o bloco do Dico (hoje a escola Caxangá); tinham também as festas juninas,
eu sempre ia na do Mangueira, era a melhor! Todos dançando e festejando na
maior alegria.
Eu amava a
ferrovia, cuja estação era na atual Rodoviária, sempre com um intenso movimento
causado pelo trem. E os grupos primários - como eram chamadas as escolas -
promoviam gincanas, com brincadeiras e disputas, era tão bom... Eu sempre
participava. As comidas vinham da
agricultura familiar da região, uma delícia.
Quando era
menor sempre fui sabichona e tive curiosidades, amava perguntar sobre São João,
uma das minhas histórias favoritas e que mais lembro é a do surgimento da
própria, segundo meus familiares, tudo começou com um acordo entre dois grandes
fazendeiros que demarcaram um lugar para construir uma igreja, a Matriz e assim
a cidade foi crescendo ao entorno dela.
Lembro também
dos trabalhadores de São João. Tinha a fábrica de tecidos Sarmento, fábrica de
calçados Dragão, Silder, fábrica de Ferraduras e Vassouras, foram elas que
trouxeram pessoas pra São João, oferecendo empregos; hoje, muitas delas
fecharam e trabalhadores desapareceram.”
O que percebi
é que mudanças aconteceram e o modo como evoluímos foi drástico e rápido. Logo
no final agradeci Dona Adelgisa pelas informações que trouxeram grandes
momentos e emoções do passado para o presente.
Entrevistada: Adelgisa Marli Ferreira, 54 anos.
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