quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Memórias literárias - texto vencedor da etapa escolar da OLP


O texto da Polyana Caçador, do 7º ano B venceu a etapa escolar da Olimpíada de Língua Portuguesa. Vale a pena conferir. 
Parabéns, Polyana!

Do passado ao presente

Querendo saber mais do passado de onde moro, fiz uma simples entrevista com Dona Adelgisa que ficou contente e emocionada pelo fato de uma jovem estar interessada no seu passado, que na maioria das vezes incluía a cidade.
“Há décadas atrás vivíamos tranquilamente, a maior parte do povo morava no meio rural, incluindo minha família. Lembro-me bem dos fazendeiros influentes, dominavam a política; todos eram muito religiosos. Havia o Monsenhor Trajano, padre da igreja católica, ele tinha fama de ser severo, mas conduzia a igreja muito bem.
As moças da época, incluindo a mim, tinham uma maneira de vestir diferente de hoje em dia, era elegante e social, vestidos ou saias abaixo dos joelhos, todos rendados e bordados, uma graça! Os mocinhos sempre usavam calças tipo ‘pescador’ e camisas de algodão.
O que me lembro bem e sinto falta são das festas; e como lembro... O carnaval maravilhoso, os bailes nos clubes que disputavam entre si qual seria melhor, o Trombeteiros sempre ganhava. Quando carros alegóricos e foliões desfilavam, só víamos serpentinas e confetes. Era muito bom, uma maravilha! Tinha o bloco do Boi e o bloco do Dico (hoje a escola Caxangá); tinham também as festas juninas, eu sempre ia na do Mangueira, era a melhor! Todos dançando e festejando na maior alegria.
Eu amava a ferrovia, cuja estação era na atual Rodoviária, sempre com um intenso movimento causado pelo trem. E os grupos primários - como eram chamadas as escolas - promoviam gincanas, com brincadeiras e disputas, era tão bom... Eu sempre participava.  As comidas vinham da agricultura familiar da região, uma delícia.
Quando era menor sempre fui sabichona e tive curiosidades, amava perguntar sobre São João, uma das minhas histórias favoritas e que mais lembro é a do surgimento da própria, segundo meus familiares, tudo começou com um acordo entre dois grandes fazendeiros que demarcaram um lugar para construir uma igreja, a Matriz e assim a cidade foi crescendo ao entorno dela.
Lembro também dos trabalhadores de São João. Tinha a fábrica de tecidos Sarmento, fábrica de calçados Dragão, Silder, fábrica de Ferraduras e Vassouras, foram elas que trouxeram pessoas pra São João, oferecendo empregos; hoje, muitas delas fecharam e trabalhadores desapareceram.”
O que percebi é que mudanças aconteceram e o modo como evoluímos foi drástico e rápido. Logo no final agradeci Dona Adelgisa pelas informações que trouxeram grandes momentos e emoções do passado para o presente.

Entrevistada: Adelgisa Marli Ferreira, 54 anos.

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